domingo, 20 de março de 2011

- A Revolução Americana: Linha do Tempo

Numa tentativa de uma melhor apreensão das datas e acontecimentos que marcaram a percurssora Revolução Americana, aqui se encontra uma linha do tempo com os seus principais marcos (é necessário clicar para ver em tamanho maior).


- A Revolução Americana: O Nascimento dos Estados Unidos da América

O acordo entre os Estados Americanos, agora livres, chega em 1787, com a assinatura da Primeira Constituição Americana.

Nova Iorque, 30 de Dezembro de 1787

Caro amigo,

Finalmente os nossos representantes chegaram a acordo. Assinaram a Primeira Constituição Americana que institui a nossa jovem nação: os Estados Unidos da América!
A partir deste documento, os nossos territórios passam a ser governados sob a forma de uma República Federal, ou seja, um Estado central poderoso que controla a defesa e as relações internacionais e vários Estados federados cuja autonomia se reflecte na justiça, na administração, no sistema de ensino e na autoridade policial.
A organização do nosso Estado Central é a seguinte:

- O Poder Legislativo pertence ao Congresso (dividido em duas câmaras, a dos Representantes e o Senado), que vota as leis e o orçamento;
- O Poder Executivo pertence ao Presidente, que comanda os exércitos e escolhe o governo;
- O Poder Judicial pertence aos Tribunais Inferiores e ao Tribunal Supremo (composto por nove membros inamovíveis eleitos pelo Presidente), que regula os conflitos entre os Estados.

A Constituição que já referi é, claramente, influenciada pelas novas ideias Iluministas, sendo que institui a  Divisão de Poderes (como já o referi), a rotatividade dos cargos (de que são exemplo a Câmara dos Representantes que é composta por membros escolhidos a cada dois anos pelo povo dos Estados e o Presidente e o vice-presidente que têm um mandato de 4 anos), as liberdades e garantias dos cidadãos, a soberania nacional (com a possibilidade de exercer o voto) e, por fim, como já o informei anteriormente, estabelece um novo modelo político: um conjunto de Estados confederados com alguma autonomia que obedecem a um Estado central forte, a República Federal.

De facto, preparamo-nos, agora, para viver sob os ideais das Luzes que, durante tanto tempo, nos foram negados pela nossa metrópole.
A nossa jovem nação ergue-se agora e o futuro acena-nos, brilhante.

Sem nada mais a acrescentar, expresso a minha sincera alegria para com os acontecimentos que se desenrolaram...

Do seu amigo,
C.C.
Fig. 1 - Primeira Constituição Americana (1787)


- Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do Caderno



sábado, 12 de março de 2011

- A Revolução Americana: O Acordo de Paz

Após a vitória das forças americanas na Batalha de Yorktown em 1781, a Inglaterra decidiu-se pelas negociações de paz, assinando, em 1783, o Tratado de Versalhes.


Nova Iorque, 30 de Dezembro de 1783


Caro amigo,

A liberdade é nossa!
No passado dia 3 de Setembro deste ano de 1783, a Inglaterra assinou o Tratado de Versalhes, no qual reconhece a nossa independência e o nosso direito de colonizar os territórios a ocidente do Mississipi.
Para além disso, entrega-nos o território compreendido entre os Grandes Lagos, o Oaio, o Mississipi e os Montes Apalaches.
A obtenção deste documento não foi fácil: foi necessário um ano inteiro de negociações.
Com este acordo, tornamo-nos o primeiro estado americano independente depois da chegada das nações europeias ao chamado "Novo Mundo".

Esta vitória, mais do que merecida, colocou agora os nossos Estados e líderes em discussão: deveremos formar uma federação descentralizada em que cada um dos Estados que compõem a nossa recém-nascida pátria seja patricamente autónomo ou, por outro lado, deveremos investir na criação de um governo central forte que regule a vida destes Estados?
É do conhecimento geral que, a primeira opinião é defendida por estados de menores dimensões, como Delaware, Geórgia ou Nova Jérsia, apoiados no deputado da Virgínia e redactor da Declaração da Independência, Thomas Jefferson. Por seu lado, a defesa da criação de um Estado central forte apoia-se no  Comandante-chefe das forças americanas libertadoras, George Washington e dos Estados de maiores dimensões, como Nova Iorque e Pensilvânia.

Na minha opinião, um Governo central que dispusesse das ferramentas e meios adequados à regulamentação geral de todo o território seria muito benéfico, em vez de Estados independentes que agissem conforme as leis de cada um.
Porém, tal decisão cabe, agora, aos representantes dos nossos Estados e aguardamos com grande expectativa o desenrolar dos acontecimentos que, com certeza, irão marcar o nascimento da nossa pátria e nação.
Sem mais de momento, despeço-me...

C. C.

- Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do Caderno

http://www.infopedia.pt/




terça-feira, 8 de março de 2011

- A Revolução Americana: A Figura de George Washington


George Washington foi uma importante figura na conquista da independência das colónias inglesas da América do Norte. Foi nomeado comandante-chefe das forças americanas, conduziu-as durante a Guerra da Independência e, após a vitória americana foi eleito o primeiro presidente da jovem nação dos Estados Unidos da América.
Aqui se encontra uma pequena biografia desta personalidade.

George Washington nasceu a 22 de Fevereiro de 1732 na Virgínia, colónia inglesa da América do Norte. Cresceu no seio de uma família tradicional abastada, o que lhe possibilitou uma educação bastante completa.
            Aos dezoito anos apenas tornou-se zelador das propriedades pertencentes a Shenandoah Valley e, mais tarde, das de um condado inteiro (Culpeper). A sua carreira militar foi marcada pela participação na guerra travada contra os exércitos franceses que pretendiam o domínio territorial do vale do Ohio, entre 1754 e 1763, permitindo-lhe o conflito ascender no exército inglês pela primeira vez.
            Apesar de ser cidadão inglês e de ter combatido no exército desta nação, Washington foi um dos muitos colonos americanos que se mostraram descontentes face ao domínio e abusos ingleses sobre as colónias da América do Norte. Foi durante a onda de protestos e contestação que Washington iniciou a sua carreira política. Este início tomou lugar na oposição da Assembleia da Virgínia, que contestava a opressão inglesa, o agravamento das taxas impostas sobre mercadorias como o chá, o açúcar e o melaço e a aplicação do imposto de selo, o ‘’Stamp Act’’.
            Descontente com a situação das colónias, representou o seu estado, a Virgínia, no Primeiro Congresso de Filadélfia, em 1774. Durante este congresso discutiu-se a situação criada pela Inglaterra e tomaram-se medidas de combate à mesma. No segundo congresso, foi eleito para o comando do exército que seria formado para a posterior Guerra da Independência, travada entre 1775 e 1783.
            Reunido o exército, Washington venceu as batalhas de Trenton e Princeton, em 1776. A posterior entrada da Espanha e da França como apoiantes dos exércitos americanos, foi decisiva para a vitória dos colonos, consolidada na batalha de Yorktown, no ano de 1781.
            Com o reconhecimento da independência dos territórios americanos pelo Governo inglês (1783), George Washington presidiu a  Convenção Constitucional da Filadélfia, em 1787 e, dois anos depois, fez com que a nova Constituição Americana fosse aprovada pela totalidade dos estados. Foi nesse mesmo ano, no dia trinta de Abril, que se tornou o primeiro presidente da jovem nação, os Estados Unidos da América. Cumprido o mandato de quatro anos, foi novamente eleito, tendo recusado a terceira reeleição com o objectivo de promover a rotatividade dos cargos políticos. Sucedeu-lhe Thomas Jefferson.
            Washington foi ainda fundador de uma cidade (1793), baptizada com o seu próprio nome, empreendedor de uma política de desenvolvimento económico com base capitalista e apoiante da colonização das áreas pertencentes aos índios (como o Tenessee e o Kentucky).
            Em 1794, assinou um acordo de paz com a antiga metrópole, o ‘’Jay’s Treaty’’, despoletando o descontentamento do partido democrático do seu sucessor na presidência americana, que considerava o tratado uma ingratidão face à nação francesa que havia auxiliado o exército colonial americano na Guerra da Independência. A sua acção fez despoletar a ‘’Revolta do Whiskey’’, no Estado da Pensilvânia.
            George Washington casou com a viúva Martha Dandridge Custis e faleceu a 14 de Dezembro de 1799 na propriedade herdada de um meio-irmão, em Mount Vernon.


- Fonte:

- A Revolução Americana: O Final da Guerra

As ajudas europeias da França e da Espanha foram decisivas para a vitória das forças americanas sobre os exércitos ingleses. O final da guerra foi ditado pelas sucessivas derrotas da metrópole, culminando em 1781 com a Batalha de Yorktown.

Nova Iorque, 20 de Outubro de 1781


Caro amigo,


Fig.1 - General Rochambeau,
um dos líderes da Guerra da
Independência das colónias
americanas.

Ontem, dia 19 de Outubro, as tropas inglesas renderam-se na batalha de Yorktown. Esta batalha foi o culminar da guerra e foi comandada  pelos generais George Washington e Rochambeau (à frente das forças americanas e francesas). Estes trabalharam em conjunto com uma frota francesa comandada pelo almirante François Joseph Paul, conde de Grasse, cercando as tropas inglesas comandadas pelo general Charles Cornwallis. O cerco às tropas britânicas durou vinte dias e o general Cornwallis rendeu-se devido à demissão do primeiro ministro inglês, o Conde Frederik North. Esta situação levou ao poder em Inglaterra líderes menos radicais e mais conciliatórios.

Fig. 2 - General Charles
Cornwallis, comandente das
forças britânicas.

Porém não foi somente esta derrota que contribuiu para a nossa vitória. De facto, as ajudas estrangeiras foram-nos muito úteis, indispensáveis até. Inglaterra foi enfraquecendo devido às constantes derrotas que foi sofrendo, por exemplo, em batalhas navais na costa de Índia, pelos franceses ou pelos sucessivos ataques de que foi alvo no Mediterrâneo por parte de franceses e espanhóis.


Esperamos agora o acordo de paz.

Sem mais de momento.

C.C.

 

Fig. 3 - Mapa da Batalha de Yorktown.
Na legenda pode ler-se: ''Na última semana de Setembro, 1781,
as tropas francesas e americanas estavam reunidas em Williamsburg´
e a investida de Yorktown começou a 28 de Setembro.''




  
Fig. 4 - Episódio da Batalha de Yorktown.


Fig. 5 - Episódio da Batalha de Yorktown: o
General Cornwallis rende-se em
Yorktown.




- Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do Caderno

sábado, 5 de março de 2011

- A Revolução Americana: A Guerra da Independência (cont.)

A Guerra da Independência entre as colónias americanas e a metrópole inglesa estendeu-se de 1775 com a Batalha de Lexington a 1783 com a assinatura do Tratado de Versalhes. Verificou-se a  vitória americana cujas forças foram apoiadas por aliados europeus, como a França e a Espanha.

Nova Iorque, 12 de Novembro de 1778


Caro amigo,


A vitória que tão seguramente esperava, parece cada vez mais distante. As nossas forças em nada se comparam à organização, armamento e disciplina do exército inglês.
Por essa razão, como já referi, foi nomeado comandente-chefe George Washington e empreende-se na Europa uma forte acção diplomática. Os resultados estão à vista: chegou o apoio francês e o da sua aliada Espanha.
A França, no princípio, não se quis comprometer connosco, mas, após a Batalha de Saragota no ano passado (no qual as nossas forças venceram um pequeno exército inglês), repensou uma aliança oficial e juntou-se à nossa causa, enviando homens, armas, barcos e dinheiro. Esta ajuda surgiu, provavelmente, pela vontade de desforra face à Inglaterra que venceu a França na Guerra dos Sete Anos.
Por sua vez, a Espanha juntou-se à sua aliada e contribuiu com dinheiro e com o envio de uma esquadra.


Prometo informá-lo dos próximos acontecimentos desta que poderá ser a guerra da nossa libertação.


Seu amigo,
C.C.

- Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do Caderno




domingo, 6 de fevereiro de 2011

- A Revolução Americana: A Declaração da Independência

Nova Iorque, 5 de Julho de 1776

Caro amigo,

Escrevo-lhe para lhe contar mais novidades acerca da guerra que aqui se trava. Parece que a vitória está à vista. Ontem, dia 4 de Julho, foi aprovada no Congresso de Filadélfia, a Declaração da Independência, redigida pelo deputado da Virgínia, Thomas Jefferson.
Esse ilustre documento foi escrito com base nas ideias dos filósofos iluminados e assegura-nos garantias e direitos, próprios de uma nação livre.

       - Em primeiro lugar, assegura-nos o Direito à Igualdade e à Independência, como Leis da Natureza, quando afirma que ''todos os homens nascem iguais'' e que, os nossos territórios têm o direito de ''tomar entre as potências da Terra o lugar de independência e de igualdade a que as Leis da Natureza e o Deus da Natureza lhe dão direito''.
      
        - Depois, defende a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade, isto é, os direitos naturais, como inalienáveis, quando escreve que o nosso Criados nos dotou ''de certos direitos inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade e a procura da Felicidade''.
     
        - De seguida estabelece a Soberania Popular, que pode ser exercida através do voto;
      
       - Institui, ainda, a Divisão de Poderes e o Contrato Social, exercido através do direito dos governados   de deporem um governo que não os represente como é devido.
      
       - Por fim, rejeita veemente o ''despotismo absoluto''.

Este é um grande passo no caminho para a independência, esperemos que seja suficiente.

Seu amigo,
C. C.

P.S.: Envio uma cópia da dita Declaração, para que a possa ler.





Fig.1 - Declaração da Independência dos E.U.A. (1776).




- Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do Caderno

sábado, 5 de fevereiro de 2011

- A Revolução Americana: A Guerra da Independência

Os abusos da coroa inglesa, os impostos sobre os produtos, o monopólio comercial da Companhia das Índias, a falta de representação no Parlamento Inglês... Tudo contribuiu para que, em Abril de 1775 soassem os primeiros tiros da Revolução.

Nova Iorque, 11 de Julho de 1775

Caro amigo,

As colónias e Inglaterra estão, definitivamente, em guerra. Já não é possível voltar atrás.
No passado mês de Abril, a população da pequena aldeia de Lexigton, perto de Boston, atacou uma milícia inglesa, enviada para apreender armas ilegais.
Em resposta, o rei inglês enviou tropas para por termo à insurreição. Reina, agora, um clima de guerra e nós, americanos, lutamos pela nossa independência. Penso em, talvez, juntar-me ao exército. Não creio que as nossas forças tenham grande hipótese face ao disciplinado e bem armado exército da Inglaterra e, por isso, penso que toda a ajuda é necessária.
Entretanto, já os meus compatriotas trataram de resolver a questão, escolhendo para comandante-chefe do nosso exército um homem instruído e bom militar, chamado George Washington.
Deves também ter ouvido falar da forte acção diplomática, que se faz já sentir aí na Europa. A aposta é nesse sentido, para que consigamos angariar apoios europeus.

Fig.1 - Batalha de Lexington

Esperamos obter a ajuda europeia em breve para que possamos levar a
cabo a justa guerra da nossa independência.
Sem mais, de momento, despeço-me.
                                                                                             C. Carter

 - Fonte:
 ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do Caderno